Brasileiro que vendia vistos ilegais na China é condenado a 5 anos de prisão

Um brasileiro foi condenado a cinco anos de prisão na China por vender vistos ilegais a outros estrangeiros no país, confirmou à Agência Efe, nesta quarta-feira (25), o consulado geral do Brasil em Xangai, onde a imprensa local publicou na terça (24) a notícia da condenação sem revelar a nacionalidade.

Consultado após a notícia, o consulado confirmou que “o cidadão sul-americano mencionado no (jornal oficial) ‘Shanghai Daily’ é o cidadão brasileiro Pedro Godoi”, que recebe assistência consular do Brasil ‘desde sua detenção no ano passado, de acordo com a Convenção de Viena de Relações Consulares’.

Godoi foi sentenciado em fevereiro pelo Tribunal Popular do Distrito de Zhabei, no centro da cidade oriental, onde mantinha os escritórios de sua empresa, a Godoi Consulting, segundo figura no site de sua companhia, embora a notícia só tenha sido divulgada agora, revelada pelas autoridades policiais à imprensa chinesa.

Segundo a polícia, embora tenha havido vários casos similares em Xangai nos últimos anos, este é o primeiro deles que envolve um cidadão estrangeiro.

Segundo esta informação, Godoi administrava uma empresa de comércio internacional, e entre seus serviços oferecia ajuda a outros cidadãos estrangeiros a obter permissões de residência no país por meio de selos falsos e, entre outros documentos, contratos de trabalho assinados com seu sócio chinês.

Com estes documentos falsificados, Godoi solicitava permissões de residência para estes estrangeiros perante as autoridades de Xangai.

A polícia começou a suspeitar no ano passado depois que um de seus clientes estrangeiros solicitou uma permissão de residência na China para uma vaga de trabalho que era ‘significativamente diferente’ de suas experiências anteriores.

Ao investigar o caso, as autoridades descobriram que Godoi também lhes ajudava a criar suas próprias empresas em Xangai, que mais adiante eram empregadas para solicitar novos vistos de trabalho para terceiros.

A polícia não revelou quantos estrangeiros solicitaram permissões de residência através de Godoi, nem qual é sua situação atual, mas informou que o brasileiro cobrava mais de US$ 8 mil por este tipo de serviço.

Dois empregados chineses da empresa de Godoi também receberam penas de um ano e meio e um ano de prisão, respectivamente, embora ambas em regime de liberdade condicional.