A chanceler alemã Angela Merkel foi vaiada nesta quarta-feira (26) por manifestantes alemães ao chegar a um centro de recepção de refugiados em Heidenau. Ela disse que a Alemanhã irá lutar contra a xenofobia. A cidade da Saxônia, no leste do país, registrou distúrbios organizados pela extrema-direita no sábado (22).
Quase 150 pessoas vaiaram a chanceler, com gritos como “traidora” ou “somos a matilha”, em referência ao termo usado por um integrante do governo para denunciar os atos da extrema-direita na localidade, de acordo com a agência France Presse.
“Temos que deixar claro que não haverá tolerância com quem não for aberto aos imigrantes que solicitam asilo”, declarou de acordo com a agência Reuters.
Verba
Na tentativa de enfrentar a crise da imigração que alimenta tensões sociais, o governo alemão planeja dobrar financiamentos neste ano para ajudar cidades com números recordes de refugiados.
O gabinete da chanceler passou uma lei para realizar a transferência de 500 milhões de euros, originalmente destinado para 2016. Alemanha espera que o número de pessoas que buscam asilo quadruplique neste ano para 800 mil, e as cidades na linha de frente dizem que já estão lutando para pagar por acomodações e apoio médico para os recém-chegados.
Ataques contra refugiados
Além de alertas sobre o aumento da xenofobia, a Alemanha tem registrado ataques quase diariamente contra os abrigos que acolhem refugiados.
Dois novos incidentes contra centros de recepção de refugiados foram registrados na terça-feira (25) e quarta-feira (26) na região leste da Alemanha. Ninguém ficou ferido.
Em Leipzig (Saxônia), um “desconhecido lançou um artefato incendiário por uma janela aberta do imóvel”, vazio, e que deve receber a partir desta quarta-feira 56 demandantes de asilo, informou a polícia. Os bombeiros impediram a propagação das chamas.
Na terça-feira à noite, dois homens, embriagados e armados com uma faca, invadiram um centro de acolhida em Parchim (nordeste). Vários refugiados que estavam do lado de fora do prédio conseguiram fugir e avisar a polícia.
Os dois homens foram detidos e acusados de violação de domicílio e infração à legislação sobre as armas.