O primeiro dia de greve dos professores da rede estadual de ensino deixou 70% das escolas sem aula, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). A informação, no entanto, é diferente da divulgada pela Secretaria de Educação, que garante que 22% das unidades, 232 escolas, paralisaram totalmente as atividades, e 23% parcialmente, 239 instituições. De acordo com o levantamento oficial da SEE, 55% dos colégios, 574 unidades, funcionaram normalmente apesar da mobilização. Os dados são referentes ao turno da manhã.
Ainda no documento, a Secretaria de Educação pede que pais e responsáveis entrem em contato com as unidades de ensino para saber se a escola está com as atividades normalizadas e, em caso positivo, encaminhem os estudantes para as aulas.
A categoria cobra o cumprimento da Lei do Piso Salarial (11.738/2008), que garante o reajuste de 13,01% a todos os professores da rede e não aos profissionais com nível médio, como determina o projeto aprovado pela Assembleia Legislativa (Alepe) na semana passada. A greve só poderá ser encerrada em uma próxima assembleia, marcada para a próxima sexta-feira (17), à tarde, ainda sem local definido.
Confira nota do governo sobre a greve dos professores:
O Governo de Pernambuco reafirma a educação como prioridade. Tem como objetivo elevar ainda mais o nível de escolaridade e a qualidade da aprendizagem dos estudantes, bem como manter o compromisso com a valorização dos profissionais de educação.
O Governo também manifesta intenção de continuar negociando e recorre ao bom senso da parcela dos professores que estão em greve para que retomem as suas atividades nas escolas, e que o Sindicato dos Profissionais em Educação de Pernambuco (Sintepe) interrompa a paralisação. Pois, a retomada da negociação só será realizada caso haja a suspensão da greve e, consequentemente, retorno ao trabalho.
Interromper as atividades escolares é uma medida que traz prejuízos principalmente para os alunos, familiares e aos próprios profissionais.
O Governo de Pernambuco também informa sobre publicação de portaria, nesta terça-feira (14), no Diário Oficial do Estado, sobre os procedimentos em relação à greve dos profissionais da educação do Estado.
A portaria determina a apuração da frequência dos servidores que não comparecerem nas unidades de trabalho da Secretaria de Educação, por motivo de greve, terão o desconto dessas faltas na sua remuneração; os servidores contratados temporariamente que aderirem à paralisação poderão ter os seus contratos de trabalho rescindidos; os servidores lotados nas escolas de referência que aderirem à paralisação poderão ser removidos para posterior localização em outra unidade de trabalho, sendo aberto processo para a substituição destes.
Saiba Mais:
49.816 professores, entre ativos e aposentados
650 mil estudantes
1.049 escolas
R$ 1.917,78 é o salário dos professores, tanto os que têm magistério como os que têm nível superior*
O que foi decidido pelo governo e aprovado na Alepe: reajuste de 13,01% para os professores com nível médio, o antigo magistério, e 0,89% de aumento para os profissionais com licenciatura plena e 10 anos de serviço
O que o Sintepe pede: reajuste de 13,01% a todos os professores e não apenas aos profissionais com nível médio
* Equiparação aconteceu após a aprovação, no último dia 31, do projeto de lei 79/2015
Fontes: Secretaria Estadual de Educação e Sintepe